domingo, 22 de abril de 2012

Grupos se organizam para cobrar mais rigor contra maus-tratos a animais

Publicado em 18.04.2012, às 15h11


498503a97968754ef8b9e5f28d149a4e.jpg

Funcionários de prédios vizinhos denunciam maus-tratos a animais usados para fazer segurança em terreno abandonado no Bairro do Recife
Foto: Sheyla Menezes/Arquivo pessoal

Alana LimaDo NE10
Por três meses, a trilha sonora na Rua Mariz e Barros, no bairro do Recife Antigo, era de um cachorro latindo. A agente marítimo Elza Sousa, que trabalha no prédio ao lado, conta que toda a vizinhança sabia do pastor alemão e se sensibilizava com a situação do animal: "Só trazem comida e água de dois em dois dias. Então, a gente que toma conta. Eu mesma trazia ração do meu cachorro, sempre tinha um que vinha e deixava alguma coisa". O cachorro é de responsabilidade do Canil Colosso que trabalha com segurança de propriedade e não é a primeira vez que os vizinhos reclamam de maus tratos contra os animais no local. Um dia antes da nossa reportagem visitar o local, a empresa retirou o cachorro quando viu que os vizinhos tiravam fotos do animal.

Em dezembro, Sheyla Menezes, que trabalha no departamento de vendas de outro prédio vizinho à propriedade, fez denúncia à polícia de maus-tratos contra outro animal - dessa vez um cachorro da raça rottweiler que chorava o dia todo: "Até o policial que trabalhava na rua colocava água e comida para ele. O lugar que eles ficam é um calabouço, não tem janela, não entra luz". Sheyla fez a denúncia em dezembro e logo em seguida entrou em férias e, quando voltou, o animal não estava mais lá. Ela não sabe se foi recolhido pela empresa, pela polícia ou se morreu. O medo é por causa de uma dedetização no prédio ao lado: "Tivemos surto de cupim e pulga. O cachorro estava em condições horríveis, muito doente e chegamos a denunciar na polícia e na Anvisa", explica uma mulher - que preferiu não se identificar - que trabalha no prédio afetado pelas pragas.
O proprietário do Canil Colosso, Marcos Aurélio, informa que a denúncia não procede: "Nós trabalhamos com os cães e não podemos mantê-los em condições desfavoráveis. Eles são alimentados todos os dias pela manhã e tomam banho a cada 15 dias. O cão foi retirado porque o imóvel está em processo de limpeza". De acordo com a empresa, até a próxima semana o animal deve voltar para o local. Para Marcos, o imóvel abandonado servia como local de prostituição, venda de drogas, banheiro e a situação não se sustenta mais por conta do animal. Sobre as queixas de falta de ventilação e de luz, declara: "Não tenho nem o que dizer, são coisas tão absurdas".


http://www.flickr.com//photos/76560706@N02/sets/72157629481862650/show/

Nenhum comentário:

Postar um comentário